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O presidente da Frente Parlamentar do BIM, deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ), afirmou que o Brasil vai firmar uma parceria com a Inglaterra para o uso do BIM no governo federal. Segundo Lopes, o protocolo deverá ser assinado este mês (11/2016), em Brasília (DF). O compromisso faz parte da ação da Frente Parlamentar para sensibilizar o Congresso Nacional para mostrar a necessidade de rever a legislação para tornar obrigatória a adoção do BIM em qualquer obra com valor superior a R$ 5 milhões.

“O governo inglês é a nossa referência porque implementou o processo em pouco tempo e a um custo muito baixo (US$ 16 milhões). Foram definidas normas e amarrações para que o BIM fosse difundido e implantado em apenas seis anos,” exemplificou. Para ele, profissionais e entidades podem ajudar, divulgando os benefícios do BIM. A elaboração de uma Medida Provisória (MP), prevendo seguro de infraestrutura no Brasil, que garantiria prazo e qualidade do que foi contratado, também está em discussão.A informação foi dada durante palestra do deputado durante o painel BIM e o Poder Público no Brasil, do Seminário Internacional BIM.

No mesmo debate, o diretor de Caracterização e Incorporação do Patrimônio da Secretaria do Patrimônio da União, Washington Luke, apresentou ações atuais e planos futuros, que envolvem o uso do BIM. “O retrofit do bloco O, da Esplanada dos Ministérios, que está sendo feito em BIM, será um modelo para a reforma dos outros 16 blocos, que têm cerca de 60 anos, e também para outros prédios públicos”, disse.

A ferramenta também foi usada para a construção do geovisualizador de imóveis da União. “Com ele é possível fazer melhor gerenciamento do valor do patrimônio governamental e tomar decisões mais precisas, com base nas informações obtidas com o recurso.” Ainda segundo o representante do governo federal, por parte do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC), estão  sendo discutidas a criação do Comitê Interministerial do BIM.

Luke destacou ainda que está em processo a atualização dos Manuais de Obras Públicas, que não passam por alterações desde 1997. A modernização das Práticas de Projeto, Construção e Manutenção de Edifícios Públicos Federais, vão incorporar as inovações tecnológicas e a experiência adquirida ao longo do tempo. A expectativa é otimizar os recursos em edificações públicas, desde do planejamento até a operação. “A ideia é colocar um capítulo de BIM nesses manuais, que devem ser lançados até o fim do ano que vem,” contou.

Outro exemplo de utilização do BIM por parte de governos, foi apresentado pelo coordenador de Projetos Especiais da Secretaria de Planejamento de Santa Catarina, Rafael Fernandes Teixeira da Silva. O estado, que já tem obras e reformas executadas em BIM, já sente os benefícios da utilização da ferramenta. “O BIM proporciona verificar se foi entregue o que foi contratado. O ganho é para toda a sociedade,” declarou Silva, logo no início de sua palestra.

A primeira iniciativa do estado na direção de mudar os rumos da construção civil foi a contratação da construção do Instituto de Cardiologia, em BIM. Segundo Silva, a entrega de obras hospitalares era muito deficiente. “Ninguém contabiliza quantas vidas podemos salvar, quantas pessoas podemos atender se tivermos agilidade na construção,” afirmou ele, destacando que muitos problemas foram percebidos e corrigidos antecipadamente.

O governo do estado também vai reformar e ampliar o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) e o Instituto Estadual de Educação (IEE). A construção de cerca de 30 edificações que serão unidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras). “O BIM vai muito além de um produto para arquitetura e engenharia. Economistas, coordenadores de áreas e tantos outros profissionais de diferentes áreas podem se apoiar nesses projetos.”